CAPSIndica: nossas indicações para o mês de abril
- CAPSI UTP
- 19 de abr. de 2021
- 5 min de leitura
As indicações do CAPSI UTP para estudantes, profissionais e demais interessados na Psicologia
Desenvolvido com muito carinho pela equipe do CAPSI, este é o espaço em que você encontra livros, séries, filmes, músicas, podcasts e outros produtos culturais e artísticos relacionados à Psicologia, para tocar nosso coração e nossas mentes, contribuindo para nossa formação como psicólogos e indivíduos. Nesta edição, contamos com a contribuição de Gabrielly Lopes Canova, Natalie Vanz Bettoni e Renan Hoinski. Esperamos que você goste!
PARA ASSISTIR
Amor no Espectro // Netflix
Em formato de documentário, Amor no Espectro é uma produção australiana lançada em 2019 que relata a busca e rotina de relacionamentos amorosos vividas por pessoas no espectro autista. O reality, além de retratar o indivíduo, sua família e dilemas cotidianos, nos permite acompanhar parte das seções terapêuticas dos indivíduos, voltadas a orientá-los em seus encontros e aspectos diversos das relações sociais. Confira o trailer abaixo:
- Indicação de Natalie Vanz Bettoni
PARA LER
O humano do mundo - Diário de uma psicóloga sem fronteiras // Débora Noal

O livro O humano do mundo - Diário de uma psicóloga sem fronteiras foi escrito pela psicóloga gaúcha Débora Noal, referência na área da Psicologia das Emergências e Desastres e membra da organização internacional Médicos sem Fronteiras, que socorre populações afetadas por desastres naturais, epidemias, desnutrição severa e conflitos armados. Ela atendeu, durante anos, a chamados para partir de imediato rumo a países como Haiti, Guiné, República Democrática do Congo e Líbia. O livro é baseado em desabafos e relatos feitos em um diário que a acompanhava nas missões da qual participou.
A vida que Débora leva pode ser considerada um sonho para muitos estudantes e profissionais da Psicologia que pretendem levar a sua escuta e seu afeto àqueles que mais necessitam, como a própria cita no livro, mas nem sempre é uma vida fácil. É uma vida de desafios dos mais diversos tipos e nacionalidades, sobre os quais a autora conta um pouco mais em um dos TedTalks mais inspiradores que conheço, denominado “Revelar os Negativos”. Nele, ela aborda sua experiência na revelação de aspectos negativos e a sua transformação para ter impacto positivo no mundo. Você pode conferi-lo abaixo:
A autora é uma pessoa para se inspirar na construção de um mundo melhor para cada um de nós. Espero que o que eu escrevi tenha te inspirado a entrar mais a fundo na história de vida e profissão da Débora Noal.
- Indicação de Gabrielly Lopes Canova
PARA LER
Talvez você deva conversar com alguém || Lori Gottlieb

Talvez você deva conversar com alguém, mas, com certeza, você deve ler este livro. Nele, a terapeuta e escritora Lori Gottlieb nos conta sua trajetória, entrelaçada às vidas de seus pacientes e ressignificada através de vivências com seu próprio terapeuta. É uma leitura incrível para toda e qualquer pessoa, mas destaco aqui seu papel extremamente útil a nós, estudantes de Psicologia. No livro, conhecemos a trajetória da autora como psicóloga, incluindo sua formação e reflexões sobre a área, relatos de sessões, experiências diversas com pacientes e inúmeras transformações proporcionadas pelo processo terapêutico e seus desafios. É de rir, chorar, e ler um pouco a cada dia para assimilar o tanto de coisa boa que tem nesse livro. E se você gostar, pode comemorar, que logo vem aí série baseada no livro, estrelada por Eva Longoria.
- Indicação de Natalie Vanz Bettoni
PARA ASSISTIR
Tatuagem // Netflix
O filme Tatuagem é um filme brasileiro de drama que estreou em 2013 e contou com a direção de Hilton Lacerda. O elenco apresenta Irandhir Santos como Clécio Wanderley, Jesuíta Barbosa como Arlindo Araújo (Fininha) e Rodrigo García como Paulete (Paulo), além de outros personagens secundários. O filme foi inteiramente gravado em Pernambuco e se passa em um cabaré, no qual a trupe Chão de Estrelas realizava espetáculos em plena ditadura militar brasileira (de 1964 a 1985), tendo em vista que os espetáculos da trupe questionavam a moral e os bons costumes empregados na época, além de apresentarem nudez, críticas à ditadura e ironias.
A principal estrela da equipe é Paulete, com quem Clécio mantém um relacionamento liberal. Um dia, Paulete recebe a visita de seu cunhado, o jovem Fininha, que é militar e acaba desenvolvendo um relacionamento com Clécio, o líder da trupe. Fininha então entra em um questionamento dual: de um lado ele dependia da vida militar, que incluía a repressão e rigidez do exército, e, de outro, ele estava apaixonado pela vida na trupe e por Clécio, uma vida que incluía subversão, alegria e muita música.
Já dá pra perceber que o filme é cheio de críticas que eram muito importantes para a época e ainda são extremamente relevantes, tendo em vista todo o contexto político e social no qual estamos inseridos. O filme questiona relações de gênero, aborda a homofobia, toda a questão de repressão na ditadura militar, liberdade de expressão, arte e a tal da família tradicional brasileira, muito comentada hoje em dia.
Além de tudo isso, a trilha sonora do filme é fantástica, contando com a música Volta de Johnny Hooker, uma música que vale a pena ouvir, além de ter ganhado diversos prêmios, entre eles:
Kikito de Melhor Filme - Festival de Gramado.
Melhor Trilha Musical - DJ Dolores - Festival de Gramado.
Melhor Ator - Irandhir Santos - Festival de Gramado.
Prêmio Especial do Júri - Ficção - Festival de Cinema do Rio.
Melhor Ator - Jesuíta Barbosa - Festival de Cinema do Rio.
Melhor Ator Coadjuvante - Rodrigo García - Festival de Cinema do Rio
Melhor Longa-metragem Ficção - Prêmio do Público - Festival de Cinema do Rio.
Prêmio FIPRESCI de Melhor Longa Latino-Americano - Festival de Cinema do Rio.
Melhor Ator - Rodrigo García - 57º Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte.
Se você gosta de temáticas voltadas para a crítica social, história do período ditatorial, filmes recheados de arte e com uma vibe de filme independente, não pode deixar de assistir esse filme.
- Indicação de Gabrielly Lopes Canova
PARA ESCUTAR
Jornal da morte // Roberto Silva
Jornalismo ou sensacionalismo? O que um samba de 1961 pode nos dizer sobre os programas policialescos da TV brasileira? Com a voz expressiva de Roberto Silva e um coral feminino, em 1961, no disco Descendo o Morro, Volume 4, era lançada uma música que serviria de hino para denunciar o setor da imprensa que usa o sofrimento do povo para se promover, “Jornal da Morte”. Os gritos servem para chamar a atenção e denunciar a péssima prática jornalística dos impressos da época e atualmente dos programas televisivos, principalmente os policialescos, que fazem exposição exagerada de prisões e perseguições policiais, que fazem acusações sem provas e que exaltam a violência como forma de resolução de problemas.
Confira a análise completa da música e desse tema importantíssimo no texto de Renan Hoinski: Jornal da Morte e os impactos do jornalismo sensacionalista na percepção da criminalidade.
Por hoje, é só! Se você tem alguma sugestão que quer ver no CAPSIndica, manda pra gente neste formulário: https://forms.gle/wZc3H6YuZh2ag62s5. Você também pode comentar aqui embaixo suas opiniões sobre as nossas indicações de abril. Vamos adorar ler!
CRÉDITOS
"O homem no mundo" e "Tatuagem" - Gabrielly Lopes Canova
"Amor no Espectro" e "Talvez você deva conversar com alguém" - Natalie Vanz Bettoni Gallego Campos
"Jornal da morte" - Renan Hoinski
Design e edição: Natalie Vanz Bettoni
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